Comentários Eleison: PUTIN FALA

Por Dom Williamson

Número DCCCLXIX (869) – 9 de março de 2024

 

PUTIN FALA

 

Um homem honesto tem pouco ou nada que esconder.

Mas quem pode falar assim no lado ocidental?

 No último dia 6 de Fevereiro, um jornalista americano famoso e decente entrevistou o Presidente Putin da Rússia, que é fortemente e constantemente denegrido pela grande mídia vil ocidental. Assim, ofereceu corajosamente a Putin a oportunidade de apresentar o seu lado da história a uma audiência ocidental. O trecho selecionado que se segue representa menos de 5% da duração original da entrevista.

 Após o colapso da União Soviética em 1991, foi prometido a nós que a OTAN não se expandiria para o leste. Mas de lá para cá já houve cinco ondas de expansão. Em 2014 ocorreu um golpe de Estado na Ucrânia apoiado pelos EUA. A Ucrânia iniciou uma guerra em Donbass com o uso de aviões e artilharia contra civis. Eles criaram uma ameaça para a Crimeia, a qual tivemos de tomar sob a nossa proteção. Depois, os atuais líderes da Ucrânia declararam que não aplicariam os Acordos de Minsk, assinados em 2014, nos quais se estabelecia um plano para a solução pacífica na questão de Donbass. Mais recentemente, os antigos líderes da Alemanha e da França afirmaram abertamente que, de fato, coassinaram os Acordos de Minsk, mas nunca os levaram a sério. Se não tivéssemos reagido, teria sido uma negligência culposa. Foram os ucranianos que iniciaram a guerra em 2014. O nosso objetivo agora é pôr fim a ela.

 Não nos recusamos a conversar. Negociamos com a Ucrânia em Istambul em 2022, e Davyd Arakhamia, que liderou a delegação ucraniana, chegou até mesmo a assinar preliminarmente um tratado de paz. A guerra terminaria se a Ucrânia abandonasse qualquer aspiração de aderir à OTAN. Mas Arakhamia declarou publicamente que Boris Johnson, então primeiro-ministro da Grã-Bretanha, veio a Kiev e dissuadiu a Ucrânia de fazê-lo. Johnson disse que era melhor lutar contra a Rússia e não assinar acordo nenhum. Quanto à OTAN, está a tentar intimidar as suas próprias populações com uma ameaça russa imaginária. As pessoas que raciocinam melhor percebem perfeitamente que se trata de uma farsa. Não temos interesse na Polônia, na Letônia ou em qualquer outro lugar. Essas são histórias de terror criadas para extorquir dinheiro adicional dos contribuintes dos EUA e da Europa. É contra o bom senso envolver-se em algum tipo de guerra global que levará toda a humanidade à beira da destruição.

 A OTAN/CIA explodiu o gasoduto Nord Stream em 2022? Sim. Quem quer que tenha feito isso deve ter não apenas um motivo suficiente para destruir o oleoduto, mas também as capacidades necessárias. Deve haver muitas pessoas interessadas em acabar com o Nord Stream, mas nem todas podem ir ao fundo do Mar Báltico para realizar tal explosão. Então, porque não fazer propaganda deste crime do Ocidente? Na guerra de propaganda é muito difícil derrotar os EUA, porque eles controlam os meios de comunicação mundiais.

 O dólar é a pedra angular do poder dos EUA. Contudo, mesmo os aliados dos Estados Unidos estão agora a reduzir as suas reservas de dólares. Até 2022, os dólares americanos representavam aproximadamente 50% das transações russas com países terceiros, e isso atualmente caiu para 13%. Isto porque os EUA decidiram restringir as nossas transações. Penso que foi uma completa tolice do ponto de vista dos interesses dos EUA, que prejudicou a economia deles mesmos. Por que os Estados Unidos fizeram isso? Presunção. Pensaram que levaria ao colapso total da Rússia... mas nada colapsou.

 Uma data muito significativa na história da Rússia foi 988. Foi o Batismo da Rússia pelo Príncipe Vladimir e a adoção da ortodoxia, ou cristianismo oriental. O estado russo incorporou Novgorod (norte da Rússia) e Kiev (sul da Rússia). Havia um único território, uma mesma língua e uma mesma fé. O que está a acontecer agora é, até certo ponto, uma espécie de guerra civil. Então o Ocidente pensa que o povo russo está dividido para sempre pelas hostilidades. Mas não. Os russos voltarão a unir-se. As relações se reconstruirão. Levará tempo, mas se restabelecerão.

 Será que Tucker Carlson poderia agora dirigir-se aos verdadeiros responsáveis políticos do Ocidente e obter um relato igualmente aberto do seu esforço para subjugar o mundo inteiro? É pouquíssimo provável. Para começar, quem são os verdadeiros responsáveis pela política ocidental, para além dos seus fantoches públicos?

 Kyrie eleison.


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Comentários Eleison: HONRANDO OS APÓSTATAS

 

Por Dom Williamson

Número DCCCLXVIII (868) – 2 de março de 2024

HONRANDO OS APÓSTATAS

 

A Neofraternidade não se compromete?

Honrar os apóstatas não é algo sábio!

Se estes “Comentários” algumas vezes chocam as almas piedosas pela forma como podem referir-se à Neoigreja (desde 1965) ou à Neofraternidade Sacerdotal São Pio X (desde 2012) de uma perspectiva positiva em relação a algo em específico, saibam elas que é tão somente por razões pastorais. E isto se dá porque muitos católicos estão segurando a sua Fé Católica pelas pontas dos dedos através da Neoigreja ou da Neofraternidade, e sem a Neoigreja ou a Neofraternidade eles poderiam facilmente abandoná-la. Em muitos desses casos certamente se aplica o provérbio: “Melhor meio pão do que nenhum pão”. Por outro lado, por razões doutrinais, esta forma de manter a Fé tem os seus sérios perigos, porque tanto a Neoigreja como a Neofraternidade fizeram compromissos doutrinários que são perigosos para a preservação da Fé Católica. Eis uma lição valiosa no artigo que se segue, escrito por um monge beneditino do Mosteiro da Santa Cruz, próximo ao Rio de Janeiro. Enviamos a “Arsenius” (seu pseudônimo) os nossos sinceros agradecimentos.

Desde a oficialização do humanismo, por obra dos Padres Conciliares do Vaticano II (1962-1965), os Papas e seus assessores só avançam em um plano fortemente inclinado para o abismo, com a característica própria da queda: a aceleração contínua à medida que a queda se precipita. Esse quadro não é, de modo algum, propício a causar em nós a mínima esperança de um vislumbre de desejo de qualquer um deles no sentido de ajudar, sob qualquer forma, a Tradição (entendida como sendo simplesmente a Santa Igreja). Apesar disso, houve quem não só tivesse essa esperança, mas uma estranha certeza de que as coisas estavam melhorando (?) em Roma com relação à Tradição (no sentido, agora sim, de um grupo que quer entrar em uma condenável “unidade na diversidade”). E essa foi a causa da tão enigmática (para muitos) separação entre a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e a chamada Resistência.

O ano de 2012 foi definitivo para a divisão de águas: o Capítulo Geral da Fraternidade muda a resolução do Capítulo Geral de 2006: antes, a Fraternidade se comprometia a não fazer acordo com Roma enquanto nesta não triunfasse a verdade católica. Agora, o acordo prático é desejado, sem que essa verdade haja voltado à cabeça do Papa e de seus assessores. Dom Williamson é proibido de comparecer ao Capítulo. Depois ele é expulso da Fraternidade.

Os anos seguintes vão ser palco de uma aproximação cada vez mais marcante entre Roma e a Fraternidade: gradativamente, Roma torna “legítimos” matrimônios, ordenações sacerdotais e confissões administrados pela Fraternidade. Isso seria a concretização da famosa frase “Roma dá tudo e não pede nada”? A qual seria, assim, uma realidade e não uma ilusão? Poderíamos responder que isso foi apenas uma maneira de fazer com que a Fraternidade agisse, dali para o futuro, cada vez mais, somente com a aprovação da Roma modernista, sem mais basear sua atividade no estado de necessidade geral e grave, pois este haveria perdido sua realidade a partir do momento em que a Tradição teria sido “oficializada” por Roma, a qual, no entanto, estaria esperando o dia em que iria “puxar o tapete”, colocando a Fraternidade diante de uma perplexidade na qual ela mesma se colocou. Mas, talvez, o recente anúncio de que a Fraternidade vai sagrar um ou mais bispos sem a permissão de Roma, seja um sinal de que tudo vai voltar à situação como era antes do ano de 2012. Isso nos parece, infelizmente, quase impossível. Uma volta ao mesmo espírito combativo de Dom Lefebvre contra os inimigos da Igreja instalados em Roma parece-nos uma herança majoritariamente perdida dentro da Fraternidade. O futuro nos parece sombrio, apesar de que Deus não deixa de agir em muitas almas através da ação dos membros da Fraternidade. Mas isso não impede de constatar que ela deveria corrigir vários de seus princípios de ação.

Uma coisa é certa, quanto maiores são os escândalos dados no atual pontificado, tanto maior é a possibilidade de que se desvaneçam as ilusões de aproximação com a Roma atual.

Que Nossa Senhora nos faça compreender bem e amar profundamente a Igreja de todos os séculos, a qual não se identifica com esta caricatura construída no Concílio Vaticano II e na sua posterior aplicação, através dos pontificados que se lhe seguiram.

Kyrie eleison.


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Comentários Eleison: AVISO DE EMERGÊNCIA – II



Por Dom Williamson

Número DCCCLXVII (867) – 24 de fevereiro de 2024

 

AVISO DE EMERGÊNCIA – II

 

Quanto maior for o horror da Terceira Guerra Mundial,

Maior será a glória de Deus – para os olhos que veem!

Nenhum leitor destes “Comentários” enviou questões teóricas comparáveis à série de perguntas práticas da semana passada sobre a atual crise sem precedentes da Igreja (ver CE 866 de 17 de fevereiro). Mas vale a pena inventar uma série assim, para oferecer respostas às questões teóricas, a fim de que alguns leitores consigam compreender melhor a confusão desencadeada pelo Vaticano II, que é tão escorregadia quanto perigosa.

1 Então, o que está no cerne dessa confusão? É o que chamam “modernismo”? O que é o modernismo?

Resposta: o modernismo é o grande erro dos tempos modernos, pelo qual até mesmo os clérigos mais cultos podem chegar a acreditar que a Igreja do passado não precisaria mais elevar a humanidade a alturas espirituais que ela mesma não seria mais capaz de alcançar. Pelo contrário, a humanidade seria tão diferente nos tempos modernos que, para alcançá-la no seu materialismo, a Igreja deveria atualizar a sua doutrina, a sua moral, a sua liturgia, tudo. Assim, se os homens não conseguem mais subir ao nível espiritual da Igreja, a Igreja deveria descer ao nível material dos homens – é o que dizem.

2 Mas não é função da Igreja chegar aos homens, onde quer que eles se encontrem?

Sim, mas não em quaisquer condições! Todos os bombeiros querem apagar incêndios, mas não é qualquer líquido que serve. Que bombeiro já usou gasolina em vez de água? Água e gasolina têm, cada uma, sua natureza imutável, que independe da vontade dos homens. A água apaga o fogo (surpresa!), enquanto a gasolina faz pegar fogo (bem, vai saber). Do mesmo modo, o canto gregoriano e a música rock têm naturezas imutáveis e opostas, com efeitos opostos e imutáveis. O canto gregoriano atrairá almas para a Igreja; já o rock atrairá para o salão de dança, mas não atrairá para a Igreja. Alguns modernistas têm boas intenções, mas são tolos se pensam que a música funciona hoje de forma diferente de como funcionava ontem. Para serem atraídas para Deus, as almas precisam de uma música que seja tranquila, não agitada.

3 Mas toda vida moderna é agitada, se comparada com a vida de ontem. Então, como alguma alma hoje alcançará a Deus?

Tu o dissestes! Depois de 6.000 anos de história mundial, seria possível pensar que os homens já teriam aprendido quais são as naturezas, os efeitos e as consequências das coisas; mas não. Nossos tempos se baseiam, por assim dizer, no princípio de que o homem pode desejar que as naturezas tenham os efeitos que ele desejar. Tudo se desnaturalizou e desestabilizou tanto, que a vida se transformou numa agitação contínua, e os jovens já não suportam nenhuma música demasiadamente calma. Mas isso não significa que as naturezas tenham mudado tanto, que o rock as trará de volta à Igreja. Não o fará. Não é da natureza dele fazê-lo. Foi concebido pelo diabo para criar cada vez mais agitação.

4 Mas se isso for verdade, como é que qualquer jovem moderno – ou alma moderna – chegará ao Céu?

Boa pergunta! Nos tempos modernos, muitos santos se fizeram essa pergunta, mas nunca perderam a esperança da resposta, porque sabiam que a graça de Deus está sempre disponível para quem a busca. “Onde há vontade, há um caminho”, eis uma maneira humana de dizer isso. “A quem faz o que está ao seu alcance, Deus não recusa a Sua graça”, é uma maneira mais divina que a Igreja tem de dizê-lo. Em todo caso, quando uma alma, sem nenhuma culpa grave de sua parte, se encontra numa situação em que as probabilidades contra a sua salvação são aparentemente esmagadoras, Deus pode sempre intervir, como no caso de Ló, em Gênesis 19.

5 Mas se Deus é todo-poderoso, por que não elimina todo o mal da Criação que Ele mesmo controla?

Porque o Seu propósito ao criar é dar a maior bem-aventurança possível às almas que O aceitem livremente. Ora, uma bem-aventurança que não é de forma nenhuma merecida pelo destinatário não pode ser tão afortunada quanto uma bem-aventurança merecida, pelo menos em parte,  pela própria alma, apesar de todo o mal pelo qual ela terá sido cercada em sua breve vida neste “vale de lágrimas”. Segue-se que quanto mais generoso Deus desejar ser com o Seu dom de bem-aventurança, mais mal Ele permitirá, mas só até o ponto em que haja o risco de o mal fazer submergir o bem livremente escolhido. Esse ponto chegou ao mundo inteiro na época de Noé. Está chegando novamente nos tempos de hoje. E Deus intervirá mais uma vez em breve. Se temos a fé católica, façamos a nossa parte rezando o Rosário de Sua Mãe pela salvação das almas.

Kyrie eleison.


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Comentários Eleison: AVISO DE EMERGÊNCIA – I

 Por Dom Williamson

Número DCCCLXVI (866) – 17 de fevereiro de 2024

AVISO DE EMERGÊNCIA – I

 

Deus não nos pede que façamos coisas impossíveis,

Mas que deixemos para os outros a liberdade que queremos para nós mesmos.

Um leitor muito confuso com o que está acontecendo dentro da Igreja Católica enviou uma série de perguntas práticas que muitas almas católicas devem estar fazendo-se atualmente em relação ao sério dever de qualquer católico de assistir à Missa para cumprir com a sua obrigação dominical. Normalmente as respostas são mais ou menos claras, mas as circunstâncias desde a revolução do Vaticano II dentro da Igreja, na década de 1960, já não são normais, e por isso as respostas já não são tão claras. Enumeremos as perguntas desse leitor, indo do geral ao particular, a fim de que estes “Comentários”, forneçam, sem que estejam impondo, respostas.

Até que ponto a Neoigreja do Vaticano II é católica, e em que medida é falsificada?

Resposta: só Deus o sabe, porque só Ele conhece os segredos dos corações dos homens, e a fronteira entre a verdadeira e a falsa Igreja muitas vezes passa pelo coração dos homens, por exemplo, se têm ou não a fé católica. Visto que somente Ele pode sabê-lo com certeza, então Ele mesmo não espera que nós o saibamos. No entanto, nos dá meios suficientes para saber o que precisamos saber, como julgar pelos frutos (cf. Mt. VII, 15-20). Estes distinguirão infalivelmente a diferença, por exemplo, entre os verdadeiros e os falsos pastores. A alegria e a caridade verdadeiras revelarão onde a verdadeira Igreja ainda existe, mesmo dentro das estruturas da Neoigreja.

Temos um Papa?

Resposta: se julgarmos o Papa Francisco pelos seus frutos, eles serão desastrosos para a verdadeira Igreja, a ponto de muitos católicos sérios argumentarem que ele seria, na verdade, um antipapa. Mas Deus não exige que eu saiba com certeza se é uma coisa ou outra. Bons teólogos católicos podem discordar em relação a isto. Em sua sabedoria, o Arcebispo Lefebvre orientava seus sacerdotes no sentido de que eles poderiam ter a sua própria opinião em privado, mas em público deveriam comportar-se como se os aparentes papas do Vaticano II fossem verdadeiros Papas, a menos e até que houvesse provas claras de que não seriam Papas. Ora, até o Papa Francisco continua cumprindo a função católica de fornecer à Igreja estrutural uma cabeça visível, permitindo que as estruturas da Igreja continuem a funcionar até que Deus limpe os estábulos de Augias. No Seu tempo, Deus colocará o Papa de pé novamente. Enquanto isso, posso desesperar-me com este ou aquele papa, mas não devo desesperar-me com o Papado, ou com qualquer outra instituição da Tradição de Nosso Senhor mesmo.

E quanto aos sacramentos da Neoigreja?

Resposta: assim como a Neoigreja em seu conjunto, da qual são produto e parte, eles ainda são parcialmente bons, mas essencialmente apodrecidos, tal como as maçãs podres com as quais se pode compará-los, porque a Neoigreja foi habilmente projetada desde o início para apodrecer durante dezenas de anos, até que não restasse mais nada da verdadeira Igreja. Isto porque na década de 1960, quando aconteceu o Concílio Vaticano II, muitos clérigos no topo da Igreja tinham sido completamente infectados pelo pensamento da maçonaria, a sociedade secreta criada em 1717, em Londres, para infiltrar-se na Igreja Católica até que esta pudesse ser destruída por dentro, permitindo assim que os inimigos conhecidos de Deus e do homem dominassem o mundo, uma vez que a própria Igreja de Nosso Senhor é o grande obstáculo no caminho deles.

E quanto aos “milagres eucarísticos” que supostamente ocorrem nas “missas” do Novus Ordo?

Resposta: ao longo dos quase 2.000 anos de história da Igreja, Deus sempre, por meio desses milagres, ajudou os cristãos a acreditarem no estupendo milagre de Sua Presença sob as meras aparências do pão e do vinho, e esses milagres continuam até hoje, porque o Sagrado Coração não abandonará as ovelhas enganadas pelos seus pastores. A diferença é que nos tempos de hoje se tem a ciência moderna à disposição para fornecer evidências verdadeiramente científicas a fim de provar que os milagres autênticos assim o são. Veja-se, por exemplo, o livro “Um cardiologista examina Jesus”, do Dr. Franco Serafini, com explicações e ilustrações fotográficas de vários milagres recentes. O estudo é publicado pela Sophia Institute Press, e está disponível em http://SophiaInstitute.com. Deus abençoa aos Tradicionalistas por se aferrarem à Missa Tradicional em latim, mas não a um ou outro que recusa as evidências científicas fornecidas pelo Sagrado Coração para a salvação das almas.

E quanto ao recebimento de hóstias supostamente consagradas nas missas do Novus Ordo?

Resposta: talvez seja melhor evitá-las, porque podem ser inválidas, e com o tempo essa possibilidade pode aumentar. Porém, em caso de necessidade se pode receber tais hóstias, pois elas também podem ser válidas.

 Kyrie eleison.


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Comentários Eleison: MOTIVO para a “RESISTÊNCIA”


Por Dom Williamson

Número DCCCLXV (865) – 10 de fevereiro de 2024

MOTIVO para a “RESISTÊNCIA”

 

Deus nos deu o velho santo sábio que sabia do que precisaríamos.

Poderia um jovem pensar que seria capaz de nos liderar?

 Há menos de um mês, em 24 de janeiro, Dom Tomás de Aquino, o Prior brasileiro do Mosteiro beneditino tradicional da Santa Cruz, situado nas altas montanhas do Brasil, por trás do Rio de Janeiro, publicou uma denúncia grave a respeito de um líder proeminente que atua em todo o mundo no movimento católico tradicional. Mas os tradicionalistas já não têm problemas demais fora da Tradição? Ainda têm de brigar entre eles mesmos também? Normalmente isso é senso comum católico, mas não se a base mesma do catolicismo, a fé católica, estiver em jogo. E, ora, na luta entre Roma e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, ela nunca deixou de estar em jogo. Que os leitores julguem por si mesmos se, como pastor do rebanho de Nosso Senhor, Dom Tomás fez algo diferente do seu dever sagrado ao denunciar aquele lobo em pele de cordeiro.

 A causa de existir a Resistência não é outra senão Dom Fellay com suas palavras e seus atos. Suas palavras minimizaram a gravidade da crise e do Concílio. Seus atos expuseram a Tradição a ter o mesmo destino que as comunidades Ecclesia Dei.

  Dom Fellay não falava como Dom Lefebvre. Dom Lefebvre denunciava com força os erros do Concílio bem como os que eram a causa destes erros. Ele advertiu praticamente todos os papas conciliares de suas responsabilidades. Disse a João Paulo II que se ele continuasse no caminho do ecumenismo já não seria o bom pastor, e no desenho sobre Assis, disse, com imagens e palavras, que João Paulo II iria para o inferno, se continuasse ecumenista. Disse ao cardeal Ratzinger que ele, Ratzinger, era contra a cristianização da sociedade. Ele denunciou a apostasia da Roma conciliar (...) Defendeu padres e fiéis do contágio modernista. Expôs-se a uma excomunhão inválida, mas infamante. Não recuou na defesa da França face ao perigo muçulmano. Protegeu-nos contra a tentação acordista de Dom Gérard. Ele foi, em suma, como os antigos bispos: o defensor da cristandade e da base da cristandade, que é a fé. Foi o homem das virtudes teologais, sustentando nossa fé e todas as virtudes.

 E Dom Fellay? Continuou ele a ação de Dom Lefebvre? Não. Tanto nas palavras como nos atos, Dom Fellay se afastou de Dom Lefebvre. Sobre a Liberdade Religiosa, ele minimizou a gravidade do que disse o Concílio (...) Não atacou os erros como Dom Lefebvre. Não falou das duas igrejas como Dom Lefebvre.  Não distinguiu com clareza a Igreja oficial da Igreja Católica, mas falou de uma "igreja concreta", confundindo os fiéis e até os padres.

 Que igreja concreta é essa? Temos de estar nessa igreja? Nós estamos na Igreja Católica. Reconhecemos o papa, mas não a Igreja conciliar, da qual falava o cardeal Benelli. Reconhecemos o papa, mas não a sua doutrina nem seus atos contra a Tradição. Estes atos não são católicos, mas anticatólicos.

 Foi sob a influência de Dom Fellay que o capítulo de 2012 modificou o princípio enunciado pelo capítulo de 2006: nada de acordo prático sem acordo doutrinal. Isto não agradava a Dom Fellay e foi mudado. Com certas condições, pode agora a Fraternidade fazer acordo prático sem acordo doutrinal. É uma brecha. Brecha que pode levar a Fraternidade pelo caminho das comunidades Ecclesia Dei. Ela não foi tão longe, mas baixou sua guarda e Roma se aproveitou disso.

 Dom Fellay reprimiu a resistência interna na Fraternidade, expulsando Dom Williamson e alguns padres; depois puniu outros, como os sete decanos que protestaram, acertadamente, contra o documento de Roma a respeito dos casamentos. Dom Fellay desorganizou a Tradição, afastou-se da linha de Dom Lefebvre e fez outros também se afastarem dela. Esta foi a razão de existir a Resistência: resistir a tal afastamento.​

 Nós queremos seguir Dom Lefebvre em tudo, na doutrina e também nas soluções práticas, pois, como ensinam Aristóteles e Santo Tomás, os exemplos dos antigos servem de princípios de ação.​ Seguimos Dom Lefebvre na doutrina e na ação, sobretudo em relação à Roma modernista, e isto para sermos fiéis à Roma eterna, mestra de verdade e de santidade.

 Kyrie eleison.


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Comentários Eleison: VALIDADE DAS CONSAGRAÇÕES

Por Dom Williamson

Número DCCCLXIV (864) – 03 de fevereiro de 2024

 

VALIDADE DAS CONSAGRAÇÕES

 

Quer se trate de bispos ou de mulheres, a sua vida é vazia?

Primeiro, acerte as coisas com Deus – muitas graças se seguirão.

Entre os católicos tradicionais, voltou-se a disputar recentemente a questão de se as consagrações dos bispos católicos realizadas com o novo rito produzido pelo Papa Paulo VI após o Vaticano II são realmente válidas como consagrações ou não. Em outras palavras, podemos ter a certeza de que um sacerdote que tenha passado pelo novo rito de Consagração é verdadeiramente bispo? A questão é de extrema importância, porque da validade dos bispos depende tanto a própria sobrevivência da Igreja Católica como a possibilidade de as almas chegarem ao Céu, já que elas precisam muito dos sacerdotes e dos sacramentos para morrerem naquele estado de graça santificante sem o qual correm grave risco de cair no Inferno.

Em termos gerais, existem duas correntes de pensamento sobre a questão. A grande maioria dos católicos não vê nenhum problema, incluindo aí aquela que passou a ser a Neofraternidade Sacerdotal São Pio X após assumir outra orientação em 2012 levada por sucessores do Arcebispo Lefebvre, líderes da então Fraternidade que o Arcebispo havia guiado desde seus primórdios em 1970 até a sua morte com o objetivo de defender a Fé e a Igreja contra a devastação da revolução conciliar. “É claro que o Vaticano II (1962-1965) não foi um desastre tão grande”, dizem esses sucessores, “a ponto de Deus permitir que os Seus inimigos ganhassem tanto poder dentro da Igreja a ponto de conseguirem interferir seriamente nas próprias fontes do seu futuro, como o rito da consagração de seus líderes. A simples ideia é ridícula! O Vaticano II foi mau, mas não pode ter sido tão mau”. Ora, infelizmente o foi!

Basta olhar para os frutos, que mostram infalivelmente o que está acontecendo. Entre 20 anos antes e 20 anos depois do Concílio, várias instituições católicas como hospitais, escolas, conventos, seminários, priorados, mosteiros, foram todas fechadas ou entregues para “armazenar maçãs” (Sl 78, 1). Será que alguma vez já houve tantas vocações abandonadas, ou o surgimento de tão poucas novas vocações como no período posterior ao Vaticano II? Por que será? Certamente porque, por exemplo, a maioria de nossos contemporâneos está convencida de que um assistente social é mais útil do que um sacerdote. E, de fato, onde não há a Fé, pelo menos como se a compreendia antes do Concílio, o bispo e o padre estão em desvantagem pelo que propriamente são, e tudo o que lhes resta é fazer uma má imitação de alguém que eles absolutamente não são, como um assistente social. E quem deveria pregar essa fé? Bispos e padres! Quão astutamente, com o Vaticano II, o diabo revirou as mentes dos clérigos ao avesso e de cabeça para baixo! Talvez o novo rito de consagração tenha sido, afinal, um problema para os bispos...

O Pe. Álvaro Calderón é um dos melhores teólogos da Fraternidade, desempenha suas atividades no seminário sacerdotal da Fraternidade na Argentina, e há mais de dez anos, escreveu um tratado sobre essa questão da validade do novo rito de consagração episcopal. Ele conclui que é “muito provavelmente válido”, mas não seguramente. No entanto, uma vez que os bispos válidos são absolutamente essenciais para a vida e a sobrevivência da Igreja, então a sombra de dúvida envolvida ainda é muita dúvida, e todos os bispos católicos consagrados apenas com o rito novo deveriam consentir em ser reconsagrados condicionalmente também com o rito antigo, com sua antiga e seguramente válida forma sacramental. Da mesma forma, diz ele, todos os padres ordenados apenas com o rito conciliar de ordenação devem buscar a reordenação condicional com o rito tradicional para reparar quaisquer defeitos graves no seu sacerdócio conciliar.

E onde diz o Padre Calderón que reside esta sombra de dúvida? Ele diz que a intenção do rito novo não é fazer bispos de autoridade real, investidos de autoridade divina imediatamente sobre as ovelhas, verdadeiras nuvens trovejantes de Deus; mas sim um facilitador diocesano, um homem simpático, um administrador democrático, disposto a obedecer à risca a uma religiosa feminista, um tipo de dragão local que tiraniza todos os galos do galinheiro eclesiástico num raio de quilômetros de distância, e que sonha com o dia em que poderá finalmente celebrar os farrapos que sobrarão da Santa Missa. Homens, mantenham as mulheres em seus lugares, porque elas são insuportáveis quando estão fora de controle! Deus em primeiro lugar!

Kyrie eleison.


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Programação no Carnaval

CNL-OPN


Domingo, 11/02, Santa Missa às 8h e Benção do Santíssimo às 11h30.

Segunda-feira, 12/02, Santa Missa às 6h30 e Hora Santa das 16h às 17h.

Terça-feira, 13/02, Santa Missa às 6h30 e Hora Santa das 16h às 17h.

Comentários Eleison: SUPLICAR com CONFIANÇA

Por Dom Williamson

Número DCCCLXIII (863) – 27 de janeiro de 2024

SUPLICAR com CONFIANÇA

 

Ao nosso redor, o mal se desenrola sobre o mal.

“Não temas”, disse Jesus, “eu venci o mundo” (Jo. XVI, 33).

No último dia de 2023, um padre franciscano do convento capuchinho de Morgon, na França, proferiu um sermão sobre aquele recente documento do Papa Francisco, Fiducia Supplicans (“Suplicar com Confiança”), que causou escândalo às almas de todo o mundo. Esse sermão é um resumo notável do motivo pelo qual o documento causou tamanho escândalo, e segue abaixo resumido, em menos da metade de sua extensão original.

No relato da Apresentação do Menino Jesus no Evangelho de São Lucas (II, 34), lemos como o velho Simeão profetizou que o recém-nascido que Maria acabava de colocar em seus braços seria um sinal de contradição para o mundo inteiro. Todos os homens teriam de aceitá-Lo ou rejeitá-Lo, porque não podem permanecer neutros. Um exemplo clássico desta contradição são as leis católicas sobre o matrimônio. Se na prática os católicos violam essas leis por fraqueza, isso já é grave, mas se eles negam essas leis em princípio, é um pecado espiritual, ainda muito mais grave.

A respeito disso, a recente assinatura do Papa da “Fiducia Supplicans” causará danos incalculáveis à Igreja, porque dará direito a todos os tipos de casais que atualmente vivem em pecado a “suplicar com confiança” por uma bênção de qualquer sacerdote católico, e assim a pensar que eles não estão mais vivendo em pecado. Isto colocará em perigo a sua salvação eterna. Ou teriam sido então João Batista e Thomas More meros tolos por darem suas vidas para defender as leis de Deus sobre o matrimônio? É verdade que Nosso Senhor mesmo não condenou a mulher apanhada em adultério (Jo.VIII, 3-11), porém, também nunca a abençoou, mas disse-lhe para não pecar mais (v.11). Abençoar os pecadores, sem nenhuma instrução ou repreensão por seus pecados, só pode encorajá-los a continuar em seus pecados.

Ao entrar no Ano Novo, devemos rezar por todos aqueles que correm o risco de ser vítimas desse terrível documento. Em primeiro lugar, pelos sacerdotes católicos, a fim de que tenham a coragem de João Batista e de Thomas More para enfrentar a pressão conjunta das más autoridades de hoje da Igreja e do estado, que gostariam de fazer com que os sacerdotes se deixassem levar pelo fluxo do mundo ímpio de hoje, para abandonar a Deus, quebrando Suas claras e rigorosas leis sobre o matrimônio. Em segundo lugar, devemos rezar pelas famílias católicas que lutam contra todas as probabilidades para defender as leis de Deus sobre o matrimônio, especialmente pelos cônjuges abandonados que veem o Papa encorajar aqueles que não guardam, mas violam, a Sua lei. Em terceiro lugar, devemos rezar pelas almas de todo o mundo, ofendidas por tal escândalo vindo do Papa.

Com efeito, qualquer escândalo será ainda maior pela altura da autoridade de onde provém, pela obviedade da imoralidade que promove, e pelo número de almas que ofende. Em todos os três aspectos, o escândalo de “Fiducia Supplicans” é incomensurável. Quanto à autoridade que escandaliza, não há autoridade moral mais elevada na terra do que a do (pelo menos aparente) Vigário de Cristo, o Papa. Quanto à imoralidade promovida, o que é mais básico para a sociedade humana do que as leis naturais do matrimônio que Cristo reforçou, mas que até os pagãos compreendem claramente, que abominam o adultério e o homossexualismo? E quanto à extensão das almas escandalizadas, o quanto a sociedade humana não é prejudicada na formação dos seus tijolos, das suas famílias, pelo Vigário de Cristo que usa de toda a sua autoridade na terra para ordenar aos sacerdotes de Cristo que abençoem as almas pecadoras que vivem desafiando as leis naturais de Deus sobre o matrimônio?

Pode-se perguntar se alguma vez em todos os 2.000 anos de história da Igreja se viu um escândalo tão grande. Devemos rezar até pelo Papa Bergoglio, para que ele salve a sua alma, pois, neste exato momento, ela está em grave perigo.

E, finalmente, devemos rezar para Nosso Divino Senhor, para agradecer-Lhe por ter encarregado-se de resgatar-nos da devastação do pecado que está sendo produzido ao nosso redor, especialmente por clérigos pecadores. Somente Ele pagou por nós a dívida que de outra forma seria impagável para com Seu Pai pelos nossos pecados. Somente Ele nos abre as portas do Céu, que de outra forma estariam fechadas. Só Ele nos permite cantar no final da Missa não o “Miserere”, mas o “Te Deum Laudamus”: nós Vos louvamos, ó Deus, pela Vossa sabedoria em permitirdes que o pecado e a morte sejam vencidos pelo Vosso próprio sofrimento. Nós Vos suplicamos só pela graça da perseverança até o fim.

Kyrie eleison.


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Comentários Eleison: LÍDERES AFORTUNADOS

Por Dom Williamson

Número DCCCLXII (862) – 20 de janeiro de 2024

 LÍDERES AFORTUNADOS

 

Mas tal mensagem os governantes não ouvirão?

Talvez, mas a verdade foi dita de maneira clara.

“Se o Senhor não edificar a casa, os que a constroem trabalham em vão. Se o Senhor não vigiar a cidade, em vão vigiam as sentinela” (Sl. CXXVI, 1). E que se dirá de quem constrói um Estado! São afortunados os políticos atuais que têm sacerdotes católicos para lembrá-los de como devem servir verdadeiramente a sua terra. Infelizmente, esses mesmos políticos atuais dificilmente têm ouvidos para ouvir essas verdades antigas e importantes. Os líderes da Suíça tiveram recentemente um padre assim, um padre suíço da “Resistência”, o qual lhes pediu que submetessem a direção dos assuntos do seu país ao único e verdadeiro Deus do passado católico da Suíça. A reação deles parece ter sido mínima. Como todos nós, pode ser que tenham que aprender da maneira mais difícil. De qualquer forma, segue abaixo o apelo deste padre, abreviado de modo que caiba em uma página A4:

Honorável Senhora Presidente, honoráveis senhores e senhoras recentemente reeleitos Vereadores Federais, Estaduais ou Municipais para os anos de 2023 a 2027, minhas congratulações pela sua reeleição! Permitam-me, como sacerdote católico dos Apóstolos de Jesus e Maria, apresentar-lhes um pedido para que o governo do nosso país retome publicamente a profissão da religião cristã e o respeito por ela. Assim, poderemos esperar a bênção de Deus e a protecção de nosso amado país. Aqui estão quatro reflexões:

1. Na última grande reunião da mais antiga de todas as igrejas cristãs, o Concílio Vaticano II da Igreja Católica Romana, realizado em Roma de 1962 a 1965, muitos líderes católicos, confrontados com os nossos tempos ímpios, consideraram que seria melhor para a Igreja de Deus modernizar-se. Esse era o problema certo, mas a solução equivocada, pois significava, por exemplo, que a religião seria doravante um assunto meramente privado. Erro grave. Desde muito antes da fundação da Suíça em 1291, Jesus Cristo foi Criador e Redentor de todos os homens já vivos, e até o fim do mundo, Senhor, Juiz e Rei, da Suíça e do mundo inteiro.

2. Como resultado de Cristo e da Sua única e verdadeira Igreja terem sido eliminados pelo deísmo, pelo naturalismo e pelo liberalismo, Cristo é rebaixado ao mesmo nível de todas as outras religiões, e qualquer coisa supostamente sobrenatural perde todo o interesse. A humanidade é entregue à tirania dos estados civis agora puramente seculares. Pois onde quer que a Majestade do único Deus verdadeiro seja colocada entre parênteses, algum antideus obrigatoriamente tomará o Seu lugar.

3. Em meados do século XVII, um santo sacerdote alemão, o Venerável Bartolomeu Holzhauser (1613-1658), recebeu do Céu visões de toda a história da Igreja em sete Idades, incluindo a Quinta Idade da Apostasia, que dura desde Lutero até hoje. Mas ficamos demasiado cegos para podermos ver os nossos tempos dessa maneira.

4. O santo padroeiro da Suíça, Nicolau de Flüe (1417–1487), é famoso por ter dito que: “Se Deus é expulso de um estado, este está condenado à destruição”. Assim, os 700 anos de existência da Suíça como uma democracia cristã estão no fim, a menos que possamos reavivar a profissão de fé em Deus dos nossos antepassados.

Honoráveis líderes do nosso governo, somente Jesus Cristo pode levar-nos ao Céu. Testemunhas desse fato são as igrejas, cruzes e capelas espalhadas por todo o nosso país, assim como os valores cristãos ainda enterrados nas profundezas da consciência de muitos suíços. Mas estes valores estão sendo manchados, ou completamente apagados, de modo que o nosso país está no caminho para a sua destruição, como quando há três anos o povo suíço foi enganado para que votasse a favor de uma lei contrária a Deus e à natureza, em favor do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Se isso passa a ser considerado liberdade de religião e de consciência, levará à perda de toda religião e de toda consciência.

Diante de nós está o Cristianismo ou o comunismo. Todos nós fomos feitos para o Céu. Se os nossos governantes criarem condições favoráveis para a Igreja, a Igreja cuidará do nosso povo e da nossa juventude. Senhoras e Senhores, todos os governantes, permitam-me pedir-lhes que respeitem os direitos de Deus e da família católica de promover e professar a religião cristã, e a manter a neutralidade cristã da nossa terra. E que Deus esteja com todos vocês. Rezo por vocês todos os dias, na Missa e com o Santo Rosário.

Com o maior respeito, e com todas as bênçãos, Pe. Aloysius Bruehwiler.

Kyrie eleison.


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Comentários Eleison: VIGANÒ SEDEVACANTISTA? - II

Por Dom Williamson

Número DCCCLXI (861) – 13 de janeiro de 2024

VIGANÒ SEDEVACANTISTA? - II


Se uma alma busca a Autoridade de Deus,

Que o faça somente em uma direção: a Igreja Católica!

Desde que o Arcebispo Viganò, outrora o número quatro na Secretaria de Estado, deixou para trás o Concílio Vaticano II e todas as suas pompas e obras, algumas das observações dele sobre o Papa Bergoglio têm sido tão cáusticas, que muitos católicos se perguntam se esse Arcebispo ainda o considera Papa. Será que ele se uniu às fileiras dos “sedevacantistas”, ou seja, aqueles católicos que consideram que a Sé de Pedro está vacante desde que aquele maldito Concílio causou tantos danos à Igreja Católica? Como é possível que Papas verdadeiramente católicos tenham presidido esse Concílio e suas consequências?

O problema é angustiante, porque com esse Concílio a Autoridade Católica separou-se da Verdade Católica, forçando os católicos a abandonar uma ou outra, total ou parcialmente, já que não podiam mais seguir a ambas. Os católicos ou se agarravam à Verdade e “desobedeciam” mais ou menos ao que parecia ser a Autoridade Católica, ou se agarravam à “Autoridade” falsificada e tornavam-se mais ou menos infiéis à Verdade imutável. Quanto ao Arcebispo Viganò, durante dezenas de anos após o Concílio (1962-1965) ele permaneceu fiel aos seus colegas e companheiros dos mais altos escalões da Autoridade da Igreja, porque, segundo a sua própria confissão, “não podia acreditar que eles pretendiam destruir a Igreja”. Mas em 2018, deparou com tamanha corrupção nos Estados Unidos da América, onde era Núncio Papal, e também na Cúria do Vaticano, que se viu obrigado a procurar a causa proporcionada, e encontrou-a no Concílio. A partir dali, encontrou-a especialmente no Papa conciliar do seu tempo, o “jesuíta argentino”, como ele o chama, sobre quem fez comentários tão contundentes, que muitos observadores foram levados a perguntar-se se esse Arcebispo ainda acreditaria que Bergoglio seja Papa.

Vejamos o que disse em 9 de dezembro. (Ver os “Comentários de Eleison” da semana passada (n° 860 de 4 de janeiro) para um resumo de seis parágrafos do que ele disse, ao que correspondem os seguintes números em letras maiúsculas. Melhor ainda é buscar na Internet as palavras originais completas, acessíveis em inglês em catholicfamilynews.com ou lifesitenews.com.)

1 – Nos últimos 10 anos, a Igreja Católica foi entregue à revolução e ao caos.

2 – Os Cardeais e os Bispos deveriam bloquear essa destruição, mas eles mesmos são demasiado conciliares para fazê-lo.

3 – A Autoridade da Igreja está tão paralisada, que isto só se explica pela “operação do erro” predita para o fim do mundo.

4 –Bergoglio, assim, é um usurpador no Trono de Pedro. É um falso profeta. Não temos de obedecê-lo.

5 – Porém, não temos autoridade para declarar oficialmente que ele não é Papa, e, portanto, não há solução humana.

6 – Nem toda a nossa batalha é meramente entre homens, e pensar assim é um convite a problemas ainda mais sérios.

Aqui está um mero esqueleto da rica argumentação do Arcebispo – ver o original para deixá-lo falar por si mesmo –, mas é suficiente para indicar que ele se afasta do “sedevacantismo” público. Depois de haver dedicado a maior parte do seu discurso (1-4) a construir a acusação contra aquele a quem chama “Bergoglio”, Dom Viganò chega ao ponto culminante no qual proporá a sua própria solução (5). Aqui é bem possível que ele mesmo compartilhe a convicção de muitos católicos sérios de que este ou aquele Papa conciliar, desde João XXIII até Francisco inclusive, não tenha sido verdadeiramente Papa, mas essa convicção, comum a muitos católicos ditos tradicionalistas, nunca pode equivaler a uma declaração oficial da Igreja, e qualquer declaração nesse sentido terá de esperar até que a Madre Igreja se recupere do atual ataque mortal do modernismo, uma enfermidade mental dificilmente curável.

Entretanto, esta parada pública do Arcebispo Viganò no caminho para o sedevacantismo é altamente razoável, porque salvaguarda em uma mente e em um coração católico uma medida de respeito pela Autoridade Católica que de outro modo poderia perder-se completamente. Ai da Tradição Católica, ou da sua “Resistência”, se perdesse todo o respeito pela Autoridade Católica, porque esta é divina, e algum dia deverá voltar, decerto voltará, com força total, tal como o sol depois de um eclipse, e antes do fim do mundo.

Kyrie eleison. 


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