O Discernimento da Subversão.

Em sua última carta aos amigos e benfeitores, o superior do distrito dos EUA da FSSPX, pe. Le Roux, tece considerações interessantes a respeito da oposição entre subversão e tradição, considerando a primeira não somente como ferramenta, mas como núcleo da Revolução, a qual, por sua vez, institucionaliza o ódio à autoridade.
Estas considerações, no entanto, vão logo servir ao intento principal da carta, que é também o intento dos dirigentes atuais do referido instituto, ou seja, o reforço da própria autoridade pela estigmatização dos resistentes à nova orientação, e isto simplesmente negando a existência desta última. O autor da carta não titubeia em afirmar: “Algumas pessoas, enganadas por suspeitas repetidas e ampliadas pela internet, contraíram um medo irracional de uma suposta traição, inexistente e nunca provada (…). Seus ataques difamatórios (…) são somente ferramentas do espírito de subversão e revolução”.
Sim, querem ganhar pelo cansaço. Mas não nos cansemos. Recordemos então, brevemente, o motivo essencial que levou, leva e levará numerosos sacerdotes, fiéis e comunidades amigas a tomar distância do antigo carro-chefe da Tradição: a sua nova orientação. Em direção a que? À Igreja Conciliar. A prova principal: a resolução do capítulo de 2012, com suas 6 condições “roda-quadrada”, que oficializam a vontade de acordo, ou seja, a vontade de submissão à Roma conciliar, trocando a conversão desta pelas garantias da mesma, confiando, dando fé à Roma que perdeu a Fé(1).
Este é o ponto. Não é preciso que se chegue ao ensino formal de heresias para se constatar a desorientação, fruto da subversão instalada (2). Pois aqui a autoridade suspeita da Roma conciliar passa adiante da Fé, bem comum necessário sem o qual não se alcança a finalidade da Igreja, a salvação das almas, que é sua lei suprema (3). Não há garantias que justifiquem essa vontade de submissão, no máximo elas podem disfarçar sua malignidade, mais ou menos como a falsa justificação protestante cobriria os pecados sem os apagar realmente.
Além disso, essa mudança de orientação devia permanecer conhecida de poucos, e se apresentou esse Capítulo como um triunfo de pacificação, como um alívio, uma resolução dos problemas. Assim, a subversão estava no seu ambiente: o segredo e o falso compromisso, imobilizadores eficazes da maioria (4).
Estas constatações estão longe de ser as únicas, muitos escreveram sobre outros aspectos da crise da FSSPX e da Tradição como um todo. Mas elas são suficientes  para mostrar  o papel de funcionário sem escrúpulos que faz  o pe. Le Roux, negando friamente toda traição e imputando a subversão aos que resistem a ela. Não trabalha com a realidade, mas intenta impor uma visão que, com certeza, não se exerce à luz da Fé.
“Nós não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter um certo efeito”
Josef Goebbels.
(1)-  Por mais escandalosa que seja, a declaração de abril de 2012 não é a chaga mais profunda nessa crise. Poder-se-ia até imaginar que, numa situação de pressão, as autoridades da FSSPX chegassem a, finalmente, retratá-la. Não seria o fim da crise, pois outra declaração ambígua poderia tranquilamente sair de uma direção que aceita passar pela contradição nas suas resoluções para se submeter à Roma tal qual ela  é.
(2) – Note-se que mesmo na Carta Magna da Igreja Conciliar, os documentos do Vaticano II, as novidades não aparecem de forma evidente, talvez somente em 5% dos textos… Mas os outros 95% não são íntegros. Porque o Concílio como tal foi perpassado por uma atração maligna, expressa sobretudo no célebre discurso de encerramento: a vergonhosa simpatia entre a religião de Deus que quis ser  homem e a da religião do homem que quer  ser Deus. Hoje muitos constatam o desastre, mas na época poucos o pressentiram. Os pontífices da revolução com tiara e pluvial se encarregaram de fomentar a passividade da maioria: Credo do Povo de Deus, declarações sobre a fumaça de Satanás, algumas punições para os mais radicais, etc. A passividade foi mantida, o desastre aí está, e a estratégia foi tão bem sucedida que a passividade permanece.
(3) – Ainda ecoa nos nossos ouvidos esta triste confissão de desistência contida na resposta do Conselho Geral aos 3 bispos: “Pelo bem-comum da Fraternidade, preferiríamos de longe a solução atual de statu quo intermediário, mas, manifestamente, Roma não tolera mais”.
(4) – Pois a Subversão trabalha mais pela imobilização que pela mobilização da maioria. Isto porque ela quer garantir que a sua minoria ativa trabalhe sem possível concorrência, a fim de que os fins subversivos sejam melhor alcançados. Numa sociedade hierárquica que tanto preza a obediência, como a Igreja, ela então procurará atingir a cabeça, e depois imporá a mudança pela falsa obediência. Falará muito de liberdade quanto estiver para se apossar do comando (durante o Vaticano II muito se falou de liberdade), mas falará mais de obediência quando, ocupado o poder, encontrar resistência.

Ir. Joaquim Daniel Maria de Sant’Ana, FBMV.

(25/dez/2013) Santo Natal: homilias da Missa do Galo e da Missa da manhã.

Natal1EU, O PRINCÍPIO. (JO. VIII, 25)
Católico, não busque a novidade
Que o mundo quer sempre infiltrar na Igreja,
Prenda-se ao que do Céu nasce e viceja
Fundamentado apenas na Verdade,
 
Que pelo tempo e em qualquer idade,
A Santa Tradição, tão benfazeja,
Zelosa guarda, para que se veja,
Haja o que houver, a mesma integridade.
 
O que ontem era mau, hoje igualmente,
O que era honesto, honesto continua,
Nunca temer desagradar ninguém.
 
Trazer portanto em nós e à nossa frente
Toda a Verdade que na Cruz estua
Depois de se mostrar desde Belém.
 
Homilia da Missa do galo (à meia-noite)http://youtu.be/72fanqAaKpg
Homilia da Santa Missa da manhã: http://youtu.be/lJr1yRMCi4Q

(22/dez) Homilia do 4°. Domingo do Advento

Evangelho segundo São Lucas 3: 1. No ano décimo quinto do reinado do imperador Tibério, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da província de Traconites, e Lisânias tetrarca da Abilina, 2. sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás, veio a palavra do Senhor no deserto a João, filho de Zacarias. 3. Ele percorria toda a região do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão dos pecados, 4. como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías (40,3ss.): Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. 5. Todo vale será aterrado, e todo monte e outeiro serão arrasados; tornar-se-á direito o que estiver torto, e os caminhos escabrosos serão aplainados. 6. Todo homem verá a salvação de Deus.

(01/12/2013) Homilia do 1°. Domingo do Advento (início do novo ano litúrgico)

volta cristo
Evangelho segundo São Lucas 21, 25 – 33: 25. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. 26. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas. 27. Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande poder e majestade. 28. Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa redenção. 29. Acrescentou ainda esta comparação: Olhai para a figueira e para as demais árvores. 30. Quando elas lançam os brotos, vós julgais que está perto o verão. 31. Assim também, quando virdes que vão sucedendo estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus. 32. Em verdade vos digo: não passará esta geração sem que tudo isto se cumpra. 33. Passarão o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.


(24/11/2013) Homilia do 27°. Domingo depois de Pentecostes (último dia do ano litúrgico)

Epístola de São Paulo aos Colossenses.
Evangelho segundo São Mateus 24, 15 – 35: 15. Quando virdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação que foi predita pelo profeta Daniel (9,27) – o leitor entenda bem - 16. então os habitantes da Judéia fujam para as montanhas. 17. Aquele que está no terraço da casa não desça para tomar o que está em sua casa. 18. E aquele que está no campo não volte para buscar suas vestimentas. 19. Ai das mulheres que estiverem grávidas ou amamentarem naqueles dias! 20. Rogai para que vossa fuga não seja no inverno, nem em dia de sábado; 21. porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será. 22. Se aqueles dias não fossem abreviados, criatura alguma escaparia; mas por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados. 23. Então se alguém vos disser: Eis, aqui está o Cristo! Ou: Ei-lo acolá!, não creiais. 24. Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos. 25. Eis que estais prevenidos. 26. Se, pois, vos disserem: Vinde, ele está no deserto, não saiais. Ou: Lá está ele em casa, não o creiais. 27. Porque, como o relâmpago parte do oriente e ilumina até o ocidente, assim será a volta do Filho do Homem. 28. Onde houver um cadáver, aí se ajuntarão os abutres. 29. Logo após estes dias de tribulação, o sol escurecerá, a lua não terá claridade, cairão do céu as estrelas e as potências dos céus serão abaladas. 30. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. Todas as tribos da terra baterão no peito e verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens do céu cercado de glória e de majestade. 31. Ele enviará seus anjos com estridentes trombetas, e juntarão seus escolhidos dos quatro ventos, duma extremidade do céu à outra. 32. Compreendei isto pela comparação da figueira: quando seus ramos estão tenros e crescem as folhas, pressentis que o verão está próximo. 33. Do mesmo modo, quando virdes tudo isto, sabei que o Filho do Homem está próximo, à porta. 34. Em verdade vos declaro: não passará esta geração antes que tudo isto aconteça. 35. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.

(17/11/2013) Homilia do 26°. Domingo depois de Pentecostes (Parábolas do grão de mostarda e do fermento)

Evangelho segundo São Mateus 13: 31. Em seguida, propôs-lhes outra parábola: O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. 32. Este grão é em verdade a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos. 33. Disse-lhes, por fim, esta outra parábola. O Reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa. 34. Todas estas coisas disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava, 35. para que se cumprisse a profecia: Abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação do mundo (Sl 77,2).

(10/11/13) Homilia do 5º Domingo da Epifania (Parábola do trigo e do joio)

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Evangelho segundo São Mateus, 13: 24. Jesus propôs-lhes outra parábola: O Reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo. 25. Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu. 26. O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio. 27. Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: – Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio? 28. Disse-lhes ele: – Foi um inimigo que fez isto! Replicaram-lhe: – Queres que vamos e o arranquemos? 29. - Não, disse ele; arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo. 30. Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro.

(3/11/13) Homilia do 4º Domingo da Epifania "Nosso Senhor acalma a tempestade".

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Evangelho segundo São Mateus VIII, 23-27: 23. Subiu ele a uma barca com seus discípulos. 24. De repente, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande, que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia. 25. Os discípulos achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo: Senhor, salva-nos, nós perecemos! 26. E Jesus perguntou: Por que este medo, gente de pouca fé? Então, levantando-se, deu ordens aos ventos e ao mar, e fez-se uma grande calmaria. 27. Admirados, diziam: Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem?

Para escutar:  http://youtu.be/P6Evkqy4mhw


(27/11/13) Homilia do 23° Domingo depois de Pentecostes. Festa de Cristo Rei (último domingo de outubro).

Evangelho segundo São João 18: 33. Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? 34. Jesus respondeu: Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? 35. Disse Pilatos: Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? 36. Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo. 37. Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz.

(20/out) Homilia do 22° Domingo depois de Pentecostes. Aparição de Nossa Senhora em Fátima.

Evangelho segundo São Mateus 22: 15. Reuniram-se então os fariseus para deliberar entre si sobre a maneira de surpreender Jesus nas suas próprias palavras. 16. Enviaram seus discípulos com os herodianos, que lhe disseram: Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus em toda a verdade, sem te preocupares com ninguém, porque não olhas para a aparência dos homens. 17. Dize-nos, pois, o que te parece: É permitido ou não pagar o imposto a César? 18. Jesus, percebendo a sua malícia, respondeu: Por que me tentais, hipócritas? 19. Mostrai-me a moeda com que se paga o imposto! Apresentaram-lhe um denário. 20. Perguntou Jesus: De quem é esta imagem e esta inscrição? 21. De César, responderam-lhe. Disse-lhes então Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.


(13/out) Homilia do 21º Domingo depois de Pentecostes. Festa de Nossa Senhora de Fátima.

Evangelho segundo São Mateus 18, 23-35: 23. Por isso, o Reino dos céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos. 24. Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25. Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida. 26. Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo! 27. Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida. 28. Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: Paga o que me deves! 29. O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: Dá-me um prazo e eu te pagarei! 30. Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida. 31. Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado. 32. Então o senhor o chamou e lhe disse: Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste. 33. Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti? 34. E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida. 35. Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração.

(12/out) Homilia da Festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil (1a. classe).

Evangelho segundo São Lucas 1: 26. Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27. a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa real de Davi e o nome da virgem era Maria. 28. Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.

(7/out) Homilia do XX Domingo depois de Pentecostes – Festa de Nossa Senhora do Rosário

Evangelho de São Lucas 1: 26. No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27. a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. 28. Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. 29. Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. 30. O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. 31. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, 33. e o seu reino não terá fim. 34. Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? 35. Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36. Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, 37. porque a Deus nenhuma coisa é impossível. 38. Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela.

Homilia do XVII Domingo depois de Pentecostes

Evangelho de São Mateus 22, 34-46: 34. Sabendo os fariseus que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se 35. e um deles, doutor da lei, fez-lhe esta pergunta para pô-lo à prova: 36. Mestre, qual é o maior mandamento da lei? 37. Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito (Dt. 6, 5). 38. Este é o maior e o primeiro mandamento. 39. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv. 19, 18) . 40. Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas. 41. Como os fariseus se agrupassem, Jesus interrogou-os: 42. Que pensais vós de Cristo? De quem é filho? Responderam: De Davi! 43. Como então, prosseguiu Jesus, Davi, falando sob inspiração do Espírito, chama-o Senhor, dizendo: 44. O Senhor disse a meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos por escabelo dos teus pés (Sl. 109, 1)? 45. Se, pois, Davi o chama Senhor, como é ele seu filho? 46. Ninguém pôde responder-lhe nada. E, depois daquele dia, ninguém mais ousou interrogá-lo.

Homilia do XVI Domingo depois de Pentecostes

Evangelho segundo São Lucas 14, 1-11: 1. Jesus entrou num sábado em casa de um fariseu notável, para uma refeição; eles o observavam. 2. Havia ali um homem hidrópico. 3. Jesus dirigiu-se aos doutores da lei e aos fariseus: É permitido ou não fazer curas no dia de sábado? 4. Eles nada disseram. Então Jesus, tomando o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5. Depois, dirigindo-se a eles, disse: Qual de vós que, se lhe cair o jumento ou o boi num poço, não o tira imediatamente, mesmo em dia de sábado? 6. A isto nada lhe podiam replicar. 7. Observando também como os convivas escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes a seguinte parábola: 8. Quando fores convidado às bodas, não te sentes no primeiro lugar, pois pode ser que seja convidada outra pessoa de mais consideração do que tu, 9. e vindo o que te convidou, te diga: Cede o lugar a este. Terias então a confusão de dever ocupar o último lugar. 10. Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, passa mais para cima. Então serás honrado na presença de todos os convivas. 11. Porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado.


Homilia do XV Domingo depois de Pentecostes

Evangelho segundo São Lucas VII, 11-16: 11. No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. 12. Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. 13. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: Não chores! 14. E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: Moço, eu te ordeno, levanta-te. 15. Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe. 16. Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo.
Para escutar:

Homilia do XIV Domingo depois de Pentecostes

Evangelho segundo São Mateus VI, 24-33: 24. Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza. 25. Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes? 26. Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas? 27. Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? 28. E por que vos inquietais com as vestes? Considerai como crescem os lírios do campo; não trabalham nem fiam. 29. Entretanto, eu vos digo que o próprio Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um deles. 30. Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé? 31. Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? 32. São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. 33. Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.
Para escutar: 

Homilia do XV Domingo depois de Pentecostes (a viúva de Naim)


Evangelho segundo São Lucas VII, 11-16: 11. No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. 12. Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. 13. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: Não chores! 14. E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: Moço, eu te ordeno, levanta-te. 15. Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe. 16. Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo.
Para escutar: http://www.youtube.com/watch?v=DRnm7vi0yjM&feature=youtu.be

Catecismo Maior de São Pio X


Lição preliminar. Da Doutrina Cristã e suas partes principais 

1a. Parte. Do Símbolo dos Apóstolos, chamado vulgarmente o Credo. Cap. I - Do Credo em geral. Cap. II - Do primeiro artigo do Credo.   §1º De Deus Pai e da Criação 

1a. Parte. Do Símbolo dos Apóstolos, chamado vulgarmente o Credo. Cap. II - Do primeiro artigo do Credo. §2º Dos Anjos, §3º Do Homem

1a. Parte. Do Símbolo dos Apóstolos, chamado vulgarmente o Credo. Cap. III - Do segundo artigo do Credo


Homilia do 11º Domingo depois de Pentecostes

I Coríntios 15, 1-10: 1. Eu vos lembro, irmãos, o Evangelho que vos preguei, e que tendes acolhido, no qual estais firmes. 2. Por ele sereis salvos, se o conservardes como vo-lo preguei. De outra forma, em vão teríeis abraçado a fé. 3. Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; 4. foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras; 5. apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze. 6. Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos); 7. depois apareceu a Tiago, em seguida a todos os apóstolos. 8. E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo. 9. Porque eu sou o menor dos apóstolos, e não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. 10. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que ele me deu não tem sido inútil. Ao contrário, tenho trabalhado mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo.
Evangelho segundo São Marcos 7, 31-37: 31. Ele deixou de novo as fronteiras de Tiro e foi por Sidônia ao mar da Galiléia, no meio do território da Decápole. 32. Ora, apresentaram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse a mão. 33. Jesus tomou-o à parte dentre o povo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva. 34. E levantou os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: Éfeta!, que quer dizer abre-te! 35. No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente. 36. Proibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam. 37. E tanto mais se admiravam, dizendo: Ele fez bem todas as coisas. Fez ouvir os surdos e falar os mudos!

Homilia do 10º Domingo depois de Pentecostes

Evangelho segundo São XVIII, 9-14: 9. Jesus lhes disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros: 10. Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano. 11. O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali. 12. Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros. 13. O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador! 14. Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.
Para escutar:

"Momento Delicado", por Ir. Joaquim Daniel Maria de Sant’ana, FBMV.

    Desde o Capítulo de julho de 2012 um princípio contraditório se introduziu no seio da FSSPX: pode-se conservar e transmitir a fé na sua integridade, ao mesmo tempo se submetendo à Roma conciliar. A palavra mágica que fascina e turva a realidade da armadilha é “garantias”: Roma dá garantias, a Tradição Católica se mantêm e se desenvolve, Roma continua como ela é[1].

    Mas se é assim, para que esse tão falado e ocultado “preâmbulo doutrinal”? Se a Roma conciliar continua como ela é, então cada um com a sua doutrina, as garantias resolvem tudo. E, no entanto, nós sabemos a que excessos se chegou com a declaração doutrinal de abril de 2012. A “compreensão comum da fé”[2], que só se resolvia pela troca constante de óculos, é uma pedra de escândalo que fez ruir  o edifício de confiabilidade das autoridades da FSSPX.

    Além disso, termos como “acordo”, “reconhecimento” ou “normalização canônica” não nos devem fazer esquecer de que se trata de uma submissão à autoridade. Não são duas potências que realizam um acordo diplomático onde cada uma das potências assume direitos e deveres conservando integralmente sua soberania. Trata-se aqui de uma congregação religiosa frente ao poder supremo da Igreja. Trata-se do Vigário de Jesus Cristo diante de seus súditos. São os súditos que julgarão do cumprimento ou não das garantias?[3]

    Esta novidade é uma bomba-relógio que desarmará a pequena cristandade resistente, tornando-a vulnerável a outras bombas bem mais terríveis, as do Vaticano II. Por causa de sua importância estratégica, ela é guardada com grande zelo por todos aqueles que desejam a desastrosa submissão a um pontífice que está a léguas de ser plenamente católico[4]. As circunstâncias adversas podem forçá-los a tudo, contanto que não se renuncie à conquista sutilmente subversiva do Capítulo de julho.

    A recente declaração de 27 de junho último é um exemplo representativo desses recuos estratégicos que podem predominar em certas circunstâncias[5]. O texto contêm muitas considerações pertinentes a respeito do Vaticano II e da crise na Igreja, consequência deste, retomando uma linguagem da qual estávamos um tanto desabituados, em se tratando de pronunciamentos oficiais da FSSPX. Mas eis que, chegando ao ponto 11, lemos isto:
    “Este amor pela Igreja explica a regra que Dom Lefebvre sempre observou: seguir a Providência em todo momento, sem jamais pretender antecipá-la. Entendemos que fazemos o mesmo, seja que Roma regresse logo à Tradição e à fé de sempre – o que restabelecerá a ordem na Igreja -, seja que ela nos reconheça explicitamente o direito de professar integralmente a fé e de rejeitar os erros que lhe são contrários, com o direito e o dever de nos opormos publicamente aos erros e aos fautores desses erros, seja quem for – o que permitirá um começo do restabelecimento da ordem”.

    Sim, como bem observou D. Williamson: “Tenha cuidado. Como diziam os latinos, “o veneno está na cauda”.” A sutilidade foi intensificada, junto com uma preparação doutrinária bem cuidada[6], mas continuamos no atoleiro. Ao invés da simplicidade divina da conversão, base necessária para a confiança na autoridade, e que conduz naturalmente à obediência, temos a alternativa de “um começo de restabelecimento da ordem”, por meio de um reconhecimento explícito do direito de professar integralmente a fé e rechaçar os erros contrários, junto com o direito e o dever de se opor publicamente aos erros e a seus fautores, seja quem for.

    Muitas palavras que transmitem uma segurança que só é aparente. Tudo depende do termo “reconhecimento”. Na verdade, têm-se a jurisdição de suplência, em virtude do estado de necessidade que acabrunha a Santa Igreja de Deus desde que suas autoridades se engolfaram nos erros modernistas. Se se troca esta pelo reconhecimento da Roma conciliar, supõe-se o desaparecimento do motivo que nos dava a mesma. Mas o estado de necessidade só pode desaparecer, no mínimo, pela conversão explícita do Sumo Pontífice à integralidade do catolicismo, e neste caso as coisas se passariam facilmente, em toda confiança, e seriam os modernistas que pediriam garantias. E este papa católico, é claro, não as concederia.

    Mas eles querem garantias de um papa modernista, servo da Roma conciliar, querem garantias de se opor publicamente aos erros e a seus autores, seja quem for. Então querem que o papa lhes conceda o direito de se opor publicamente aos erros do próprio papa?  Seria a normalização canônica mais ridícula da história da Igreja.

    O mais triste é que todas essas tergiversações, toda essa ambiguidade compulsiva, tudo isso concorre para prolongar a sedação de muitos descontentes que, há mais de um ano, parecem tentar encontrar algum consolo repetindo a sentença apaziguadora: “Não houve acordo”. Mas como ela não é suficiente, uma declaração como esta poderia fornecer como um complemento necessário: “Finalmente, nada mudou, tudo está como antes”.  E então poderia advir um coma profundo.

    É nesse momento que devemos recordar as palavras do nosso primeiro papa: “Sêde sóbrios e vigiai (…) resisti-lhe, firmes na fé”, a fé viva e inabalável que afina o discernimento e inspira a ação.

    Discernir: primeiro veio o reconhecimento da Missa de sempre. E, ao mesmo tempo, sua limitação e rebaixamento. Depois, o levantamento das excomunhões, que não foi a retirada do decreto, “ato de misericórdia” das autoridades romanas, e os que queriam justiça acabaram agradecendo e cantando um Te Deum. Não seria agora o caso de uma FSSPX reconhecida e limitada a uma reserva “sui generis”, à espera de uma solução “clarificadora”? Em todos estes degraus de descida se discerne a marca da contradição, a contradição que está no código genético de todo liberal.

    E uma vez percebido o logro, pelo amor de Deus, que não se espere chegar até o fundo do poço. Numerosa ou não, a Resistência tem as bênçãos do Deus da Verdade. Os que estão organizados, estimulem os que querem se organizar e ajudem os que estão se organizando, e todos, particularmente os que são sacerdotes, busquem na confissão da Fé a graça de agir exatamente conforme os desígnios da Providência.

    Ir. Joaquim Daniel Maria de Sant’ana, FBMV.


[1] Mons. De Galarreta, o antigo resistente, entrevistado na Polônia (abril de 2013), declarou: “Claro que o melhor seria que Roma renunciasse aos erros conciliares, regressasse à Tradição e unicamente depois, sobre esta base, a Fraternidade obtivesse automaticamente um status canônico na Igreja. Apesar disto, a realidade nos leva a não fazer depender um eventual acordo de uma grande autocrítica de Roma, mas de uma atribuição de garantias reais pelas quais Roma, tal como ela é, permita à Fraternidade permanecer como ela é(…)”
[2] Pe. Pfluger, em entrevista a Kirkliche Umschau.
[3] O próprio  Capítulo de julho responde que não, ao estabelecer entre as condições apenas “desejáveis”, a de possuir tribunais, e só de 1ª instância. Uma vez que se quer o acordo, é inevitável…
[4] O que vai diretamente de encontro à exortação de D. Marcel Lefebvre aos 4 bispos sagrados em 1988.
[5] Em um artigo do ano passado, dizíamos: “Esta (as autoridades da FSSPX), segundo toda a probabilidade, saberá tirar proveito dos resultados do Capítulo, com movimentos calculados e alternados de recuo tático para retomar credibilidade, seguidos de uma nova ofensiva formadora de opinião”.
[6] Onde certamente participaram as cabeças que ainda pensam bem na Fraternidade, como Mons. Tissier e o pe. de Cacqueray.  Às vezes a boa fé da boa gente faz um grande mal…
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